Cristiane Lisboa, mais conhecida pelos seus entusiasmados alunos como
Cris Lisboa é jornalista por formação, escritora por amor e opção, professora
de escrita criativa por vocação. Ativista do
Grupo
Cris fundou uma editora, escreveu para
revistas renomadas como TPM, Rolling
Stone, MTV, Uma, Estilo
e outras. É diretora de redação da revista Vice Brasil, editora da Simples e da
Noize. Autora de seis livros publicados até agora, ganhou alguns prêmios
literários além de participar na redação publicitária de marcas famosas.
Com tantas atividades
exercidas no universo das letras, fica visível a intimidade e o talento de Cris
com o universo da escrita. Como boa jornalista, ela é curiosa e leva a sério a
missão de compartilhar o que sabe, o que explica a motivação para ministrar o Go Writers, curso de criação em escrita de não ficção, para
quem precisa produzir conteúdo original, criativo, que provoque faíscas em que
lê, que faça pensar, que mude o mundo (pessoas são mundos) e que, de fato, diga
alguma coisa.
Abaixo você confere uma entrevista exclusiva
com Cris, visando inspirar as leitoras a também se aventurarem no mundo da
escrita ou em outro talento não explorado, por que não? O importante é você se
permitir sair da zona de conforto e desenvolver sua criatividade.
Cris posa para a câmera, com seu olhar atento que parece captar tudo com uma sensibilidade latente e sua empatia cativante |
Imperosa: Cris, como você descobriu sua
vocação para escrever?
Cris Lisboa: Nunca tive vocação para qualquer outra coisa.
Aprendi a ler com 3 anos e não me lembro de uma época da vida em que eu não
estivesse inventando histórias.
Imperosa: Porque criar um curso de escrita criativa?
Cris Lisboa: Foi
idéia de uma amiga, acredita? (risos). A
Mari Camardeli, dona de uma empresa chamada Altos Eventos. Um dia ela me
perguntou porque eu não dava aulas de escrita. Falei que jamais. Falo palavrão,
não tenho paciência alguma. Pois ela montou uma turma, inventou este nome e me
apaixonei. Larguei o jornalismo para me dedicar a este ofício.
Imperosa: O bloqueio criativo é uma queixa
recorrente de quem gosta de escrever, como combater tal dificuldade?
Cris Lisboa: Escrevendo
todos os dias. Esta é a única regra. Toda vez que a gente se depara com a
página em branco ela vai nos apavorar. A graça é esta.
Imperosa: Qual a principal lição que você dar
para quem almeja se tornar um escritor?
Cristiane Lisboa: Ser
um escritor. Ninguém vira escritor do nada. O Paul Auster uma vez disse que uma
pessoa só aceita ser um escritor quando percebe que não serve para mais nada
nesta vida.
Imperosa: Para escrever é preciso talento ou
uma pessoa pode conseguir com técnica e dedicação?
Cris Lisboa: Talento
é sorte. A única coisa que importa na vida é coragem. Wood Allen.
Imperosa: Quais os principais ensinamentos,
que você partilha para seus alunos, no curso Go Writers?
Cris Lisboa: Escreva
como todos os dias, lembre-se que reescrever algo não é uma derrota e por
favor, não se leve tão a sério.
Imperosa: Em sua opinião, como trazer a
escrita criativa para âmbito do jornalismo, que é cheio de técnicas e às vezes
é uma profissão que lida com tantas mazelas?
Cris Lisboa: Criatividade
não tem nada a ver com falta de seriedade. Um texto criativo é o que mostra
mais do que diz, que elimina o narrador e faz com que o leitor sinta que ele
mesmo está contando aquela história.
Imperosa: Quais atividades você indica para
seus alunos se inspirarem?
Cris Lisboa: Quebra-cabeça,
sexo e observação da vida alheia. Não exatamente nesta ordem.
Imperosa: Se você pudesse indicar três livros
para um aspirante a escritor, quais seriam?
Cris Lisboa: Reflexões
sobre a arte de escrever, de Henry Miller.
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