Sobre(viver) e escrever

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Cristiane Lisboa, mais conhecida pelos seus entusiasmados alunos como Cris Lisboa é jornalista por formação, escritora por amor e opção, professora de escrita criativa por vocação. Ativista do Grupo
Mimeógrafo, retomando as experiências do movimento sociocultural originado na década de 70, onde há uma busca de formas alternativas para difusão de saber e cultura.

Cris fundou uma editora, escreveu para revistas renomadas como TPM,  Rolling Stone, MTV, Uma, Estilo e outras. É diretora de redação da revista Vice Brasil, editora da Simples e da Noize. Autora de seis livros publicados até agora, ganhou alguns prêmios literários além de participar na redação publicitária de marcas famosas.

Com tantas atividades exercidas no universo das letras, fica visível a intimidade e o talento de Cris com o universo da escrita. Como boa jornalista, ela é curiosa e leva a sério a missão de compartilhar o que sabe, o que explica a motivação para ministrar o Go Writers, curso de criação em escrita de não ficção, para quem precisa produzir conteúdo original, criativo, que provoque faíscas em que lê, que faça pensar, que mude o mundo (pessoas são mundos) e que, de fato, diga alguma coisa.

Abaixo você confere uma entrevista exclusiva com Cris, visando inspirar as leitoras a também se aventurarem no mundo da escrita ou em outro talento não explorado, por que não? O importante é você se permitir sair da zona de conforto e desenvolver sua criatividade.

Cris posa para a câmera, com seu olhar atento que parece captar tudo com uma sensibilidade latente e sua empatia cativante

  
Imperosa: Cris, como você descobriu sua vocação para escrever?
Cris Lisboa: Nunca tive vocação para qualquer outra coisa. Aprendi a ler com 3 anos e não me lembro de uma época da vida em que eu não estivesse inventando histórias.

 Imperosa: Porque criar um curso de escrita criativa?
Cris Lisboa: Foi idéia de uma amiga, acredita? (risos).  A Mari Camardeli, dona de uma empresa chamada Altos Eventos. Um dia ela me perguntou porque eu não dava aulas de escrita. Falei que jamais. Falo palavrão, não tenho paciência alguma. Pois ela montou uma turma, inventou este nome e me apaixonei. Larguei o jornalismo para me dedicar a este ofício.

Imperosa: O bloqueio criativo é uma queixa recorrente de quem gosta de escrever, como combater tal dificuldade?
Cris Lisboa: Escrevendo todos os dias. Esta é a única regra. Toda vez que a gente se depara com a página em branco ela vai nos apavorar. A graça é esta.

Imperosa: Qual a principal lição que você dar para quem almeja se tornar um escritor?
Cristiane Lisboa: Ser um escritor. Ninguém vira escritor do nada. O Paul Auster uma vez disse que uma pessoa só aceita ser um escritor quando percebe que não serve para mais nada nesta vida.

Imperosa: Para escrever é preciso talento ou uma pessoa pode conseguir com técnica e dedicação?
Cris Lisboa: Talento é sorte. A única coisa que importa na vida é coragem. Wood Allen.  

Imperosa: Quais os principais ensinamentos, que você partilha para seus alunos, no curso Go Writers?
Cris Lisboa: Escreva como todos os dias, lembre-se que reescrever algo não é uma derrota e por favor, não se leve tão a sério.

Imperosa: Em sua opinião, como trazer a escrita criativa para âmbito do jornalismo, que é cheio de técnicas e às vezes é uma profissão que lida com tantas mazelas?
Cris Lisboa: Criatividade não tem nada a ver com falta de seriedade. Um texto criativo é o que mostra mais do que diz, que elimina o narrador e faz com que o leitor sinta que ele mesmo está contando aquela história.

Imperosa: Quais atividades você indica para seus alunos se inspirarem?
Cris Lisboa: Quebra-cabeça, sexo e observação da vida alheia. Não exatamente nesta ordem.

Imperosa: Se você pudesse indicar três livros para um aspirante a escritor, quais seriam?
Cris Lisboa: Reflexões sobre a arte de escrever, de Henry Miller.


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